terça-feira, 28 de setembro de 2010

Nas linhas do meu diário...


O que eu senti naquela noite foi o mesmo o que eu senti nas noites anteriores, ou nos últimos anos. Vesti minhas roupas, peguei o dinheiro e saí rapidamente daquele local, claro com sutileza disse um agradecimento. Na rua eu observava as expressões das pessoas, procurava um olhar que me condenasse pelo o que eu tinha feito, mas só achei rostos vazios que nao se importavam com minha vida. Passei por um mercado, por uma panificadora, por lojas de conveniência, a avenida se entendia de acordo com meus passos, com decorrer do tempo percebi que não procurava um lugar e quem nem tinha um destino, percebi o quanto a minha vida era vazia e que eu nao gostava do lugar onde morava, um apartamento velho, com dois cómodo, iluminado pelas sirenes e preenchida pelos gritos.No outro lado da rua tinha uma família, provavelmente escolhendo o presente de natal da filha, a menina era muito linda, loira, olhos grandes castanhos, aparenteva ter 5 anos, a inocência dela invadia o lugar e eu, me recordei com nostalgia o quanto fui feliz na minha infancia, e o quão tempo a minha inocencia foi roubada, não sabia o que era mais um abraço sem malícia ou um beijo sem dinheiro, não sabia mais o que era um sentimento sincero. A menina olhou para mim e acenou com a boneca na mão, aquele gesto foi como se tivesse congelado meu peito e espetado meu coração, senti um frio na barriga e meus olhos agradeceram com lágrima, aquele simples gesto fez a minha noite melhor.
...com marcas de tinta encerro o contrato de parola.